17/02/2022

Ajude o roque-de-castro

ROQUE-DE-CASTRO

Das 8 espécies de aves marinhas nidificantes no Arquipélago da Madeira, o Roque-de-castro é a mais pequena!

Esta espécie tem um comportamento marcadamente pelágico. A sua dieta é composta por crustáceos planctónicos, pequenos peixes e cefalópodes, podendo tirar partido dos restos deixados por outros predadores e das rejeições da pesca. Nidifica em pequenas cavidades ou em fendas nas rochas em ilhas e ilhéus sem predadores, ou em cavidades de escarpas inacessíveis, onde predadores terrestres introduzidos estão presentes (as gaivotas também são predadoras).

Roque-de-castro após encandeamento pela luz noturna artificial.

Sabia que existem duas populações de roque-de-castro bem distintas? Estas populações apresentam caraterísticas morfológicas, períodos reprodutivos e vocalizações diferentes. A população de inverno é mais abundante e nidifica entre setembro e fevereiro, enquanto a população de verão nidifica de março a outubro.

Roque-de-castro recolhido durante a Campanha Salve uma Ave Marinha em 2021. Foto por: Tiago Dias

De momento, os juvenis de roque-de-castro, da população de inverno, começam a abandonar os ninhos. Esteja atento e, caso encontre uma ave, recolha-a com cuidado e liberte-a num sítio junto ao mar e pouco iluminado.

Não administrar qualquer tipo de alimento ou água! Foto por: Tiago Dias

Contacte-nos com o seu registo através do telefone 967232195 ou preencha o formulário em https://bit.ly/2x1AWSP.

️ Caso a ave esteja ferida, contacte o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, RAM através do 961957545 (09:00-17:30) ou a GNR - Comando Territorial da Madeira (disponível 24 horas).


A primeira ave marinha salva, do ano de 2022, foi um roque-de-castro juvenil que se perdeu após sair do seu ninho. Foi encontrado por um membro do staff no Hotel Galomar, no Caniço.
Roque-de-castro juvenil resgatado em fevereiro de 2022. Foto por: Elisa Teixeira


IDENTIFICAÇÃO

De pequeno porte, o roque-de-castro é predominantemente escuro e apresenta uma faixa branca no uropígio. A sua cauda é ligeiramente bifurcada, permitindo a sua distinção relativamente ao painho-de-cauda-bifurcada.

Roque-de-castro. Foto por: Tânia Pipa

O roque-de-castro distribui-se pelos oceanos Atlântico e Pacífico. Em Portugal, nidifica nos arquipélagos das Berlengas, dos Açores e da Madeira. A nidificação da população de verão foi confirmada apenas no arquipélago da Madeira, em praticamente todas as ilhas e ilhéus. A população de inverno é maior, conhecendo-se colónias no Farilhão Grande (Berlengas), nas ilhas e nos ilhéus da Madeira (incluindo o ilhéu do Farol, o Porto Santo, as Desertas e as Selvagens), e dos Açores (Santa Maria, Graciosa, São Jorge, São Miguel, Flores e Corvo), embora nas últimas três ilhas a confirmação da nidificação tenha sido baseada em escutas noturnas. A população de verão reproduz-se de março a outubro, ao passo que a de inverno nidifica entre setembro e fevereiro. Esta espécie ocorre nas nossas águas ao longo do ano, não tendo, contudo, sido registada nos Açores, no verão. Neste arquipélago, ocorre também o painho-de-monteiro, e a dificuldade na distinção entre as duas espécies, em voo, leva-nos a assumir que os mapas produzidos possam incluir registos de ambas.

Roque-de-castro. Foto por: Joana Andrade
Saiba mais sobre a espécie aqui.

 



Ajude a freira-do-bugio

FREIRA-DO-BUGIO

Esta ave de estatuto de conservação Vulnerável, habita somente a Ilha do Bugio, nas Desertas. De momento, os juvenis de freira-do-bugio começam a abandonar os ninhos. Esteja atento e, caso encontre uma ave, recolha-a com cuidado e liberte-a num sítio junto ao mar e pouco iluminado.

Foto por Pedro Geraldes

Contacte-nos com o seu registo através do telefone 967232195 ou preencha o formulário em https://bit.ly/2x1AWSP. 

❗️ Caso a ave esteja ferida, contacte o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, RAM através do 961957545 (09:00-17:30) ou a GNR - Comando Territorial da Madeira (disponível 24 horas).

Ilustrações gentilmente cedidas por Juan Varela.

IDENTIFICAÇÃO

É uma ave marinha de tamanho médio, um pouco mais pequena que a cagarra. Tem uma plumagem cinza escura na parte superior do corpo e asas, enquanto que o branco domina o peito e a parte inferior do corpo.

Foto por Filipe Viveiros

A freira-do-bugio é uma espécie endémica das ilhas Desertas, no arquipélago da Madeira. Nidifica na ilha do Bugio, uma das três ilhas das Desertas, suspeitando-se de que também o faça na ilha adjacente, a Deserta Grande. Esta espécie foi muito recentemente separada do gon-gon Pterodroma feae, que nidifica em Cabo Verde. As primeiras aves chegam aos locais de reprodução no final do mês de maio e os últimos juvenis abandonam o ninho na primeira metade de janeiro.

No mar, esta freira é muito difícil de distinguir da sua congénere, a freira-da-madeira, pelo que a informação apresentada nos mapas poderá conter registos de ambas as espécies. Na época de reprodução a maior parte dos indivíduos apresenta uma clara preferência pelas águas profundas e mais frias localizadas a norte da Madeira, visitando ainda as águas do Continente e dos Açores. Durante os períodos de incubação e de alimentação dos juvenis, os adultos não se afastam além das águas madeirenses. Após a reprodução, a freira-do-bugio apresenta a maior dispersão espacial de todas as espécies do género Pterodroma conhecidas, invernando em cinco áreas distintas, localizadas sobretudo no Atlântico Sul e Ocidental, ficando uma parte da população pelas águas da ZEE de Cabo Verde.

Foto por Pedro Geraldes

AMEAÇAS E CONSERVAÇÃO

As principais ameaças a esta espécie estão associadas aos locais de reprodução. A perda de habitat disponível devido à erosão provocada pelo vento, pela chuva e pela presença de mamíferos introduzidos, nomeadamente coelhos e cabras, contribuiu para a diminuição da área potencial de nidificação da freira-do-bugio. Outrora existiram também na ilha do Bugio ratos-domésticos, igualmente conhecidos pelo seu impacto negativo sobre algumas aves marinhas. O projeto SOS Freira do Bugio resultou na erradicação das populações de ratos-domésticos, de cabras e de coelhos na ilha do Bugio. Relativamente às ameaças no mar, as freiras não deverão entrar em conflito direto com as embarcações de pesca. Contudo, existe ainda pouca informação relativamente a esta problemática.

Saiba mais sobre a espécie aqui.